Nasci em São Paulo em 1926. Meus pais vieram da Hungria pós-guerra em busca de paz e trabalho. Minha primeira paixão foi aos 14 anos. A segunda, aos 17. E aí fugi de casa com o namorado, mas meus pais me obrigaram a voltar. Aos 20 anos. casei-me com Santos, que tinha o dobro da minha idade. Juntos, construímos uma família. Ele faleceu 17 anos depois e tive que assumir sozinha a casa, as dívidas, os três filhos. Trabalhava de sol a sol em uma fábrica de rendas. Nessa época, conheci Luis Carpi, e ele então pediu a minha mão em casamento aos meus meninos. Foram três décadas de união. Quando soube que estava sendo traída, expulsei-o de casa. Eu tinha 70 anos. Sofri muito com a separação, mas nunca desisti do amor. Uma tarde, na sala de espera de um hospital, encontrei Somar. Foi como se um raio caísse sobre mim, senti um tremelique. Somar era um mágico uruguaio que correra o mundo encantando o público. E me encantou também. Vivemos uma paixão; eu com 73 anos. ele com 85. Até o dia em que o coração de Somar parou. Um pedaço de mim partiu com ele. Para ocupar a cabeça e a alma, comecei a frequentar um clube de aposentados em Campo Limpo Paulista. Lá esbarrei com Luiz Paula da Silva, viúvo, tentava escapar da depressão. Eu procurava apoiá-lo, ele prometeu me conquistar. Então, eu me permiti ser conquistada. Aos 84 anos. estou de marido novo. Ele diz que o agarrei pelo estômago, pois vou para a cozinha com muito prazer. Mas gosto mesmo é de beijo no pescoço. Aliás, adoro beijo! Sou a prova de que o amor pode aparecer a qualquer momento, aos 10 anos ou aos 80. Ao lado de Luiz que está com 85 anos, renovo sonhos. Nasci para amar e vou morrer amando. A Vida Sem Amor Não Tem Graça.
Que bom que ainda existem pessoas que acreditam no amor..
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